Velhices e pandemia: acervo público da narrativa de si

Aging and the Pandemic: The Self in a Public Archive

Abstract: This article seeks to reflect on the construction of the archive of public interviews being assembled and composed of narratives of older adults, through their ways of coping with problems that were worsened at various levels by the Covid-19 pandemic in Brazil. After being recorded and publicized, the reports seek to contribute to public policies relating to aging and the pandemic, sensitive topics of contemporary life.
DOI: dx.doi.org/10.1515/phw-2022-20955
Languages: Portuguese, English


Tornar conhecidas as narrativas dos/as idosos/as na pandemia da Covid-19, evidencia a necessidade de ações que promovam a ampliação de vozes em meio ao espaço urbano. A história oral, em parceria com a história pública, potencializa o debate público ao promover processos de escuta em situações de vulnerabilidade social e reforça o compromisso com a história democrática.

A Pandemia

Sabemos que a população brasileira vem envelhecendo rapidamente e, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), triplicará até 2050 e chegará a 66,5 milhões de pessoas.[1] A problemática em torno da construção do acervo público de entrevistas com idosos/as é a busca pela reflexão sobre a condição de vulnerabilidade desses sujeitos através dos problemas enfrentados e agravados em diversos níveis devido à pandemia da Covid-19 no Brasil. Além da crise sanitária, a pandemia afetou as mais diversas áreas da vida social, econômica e política. Medidas de isolamento e distanciamento sociais, com a decretação de quarentenas e lockdowns nos territórios atingidos, transformaram as relações interpessoais e mantiveram as relações entre telas ou janelas.

Diante do avanço da Covid-19 e das ações realizadas para a gestão da pandemia e de suas consequências, tornou-se possível afirmar, pelo menos no caso brasileiro, que suas implicações não são as mesmas em todos os lugares e para todas as pessoas. A preocupação com o iminente espalhamento do vírus em favelas e periferias do país passou a ocupar cada vez mais espaço na imprensa nacional. Apesar dos esforços cotidianos dos habitantes destas localidades para melhorar suas condições de vida, seja através dos famosos mutirões, seja através da pressão que realizam sobre as autoridades públicas, muito ainda precisa ser feito para aprimorar as condições de habitabilidade, saneamento e de saúde destas populações.[2]

Depois de mais dois anos de pandemia no país, a crise sanitária e, principalmente, humanitária tem evidenciado as diversas camadas de iniquidade econômica, social e política na qual a população idosa está imersa. Pierobon afirma que sabemos pouco sobre como as populações de baixa renda estão envelhecendo, adoecendo e sendo cuidadas em suas práticas cotidianas.[3]

Os dados da Covid-19 apontam maior taxa de mortalidade entre as pessoas com 80 anos ou mais, reforçando as apreensões com a população idosa.[4] O risco de morrer de Covid-19 aumenta com a idade, já que a maioria das mortes ocorre em idosos, especialmente aqueles com doenças crônicas. Assim, o mundo e o Brasil adotaram medidas de isolamento e distanciamento social, interrupção em atividades presenciais de trabalho e lazer, gerando sofrimento, danos emocionais e financeiros que afetaram diferentemente cada grupo geracional.[5]


Fig. 1: Preconceito e estereótipos sobre idosos se agravaram em meio à pandemia do novo coronavírus

Como nos alerta Henning, a pandemia da Covid-19 também tem gerado e mobilizado uma profusão de concepções, discursos e práticas conflitantes sobre a velhice – e este acervo de narrativas orais busca contribuir para uma compreensão adensada sobre as experiências de idosos em contextos sociais urbanos, entrecruzando dimensões críticas para nosso tempo, além da necessidade da valorização das trajetórias e experiências locais e cotidianas desses idosos.[6]

História oral: potencializando o debate público

A partir da história oral, em parceria com a história pública, é possível analisar o trabalho de memória – escolhas narrativas referentes às formas como os idosos significam o tempo presente no contexto da pandemia para desenvolverem suas autobiografias a partir das suas conexões temporais entre passado, presente e expectativas futuras. Histórias orais em tempos de pandemia são uma potência de conhecimento que podem situar relações e transformações numa perspectiva temporal, dinâmica e contingente, excedendo os modelos explicativos mecânico-biológicos.

Entre os meses de março e agosto de 2022, realizei entrevistas com vinte e cinco idosos/as residentes na Zona Leste de São Paulo, região de intensa desigualdade e pobreza, que foram gravadas, transcritas e autorizadas[7], com a finalidade de compreender não só como o vírus, mas os discursos sobre a pandemia e as ações públicas afetaram o seu cotidiano e as relações familiares. Entre os entrevistados/as estão homens e mulheres, brancos/as e negros/as, pertencentes a religiões de matriz africana e religião cristã, que possuem entre 60 e 85 anos de idade.

O modo com que as entrevistas foram realizadas foi decidido a partir da escolha e critério do entrevistado/a. No caso dos/as entrevistados/as que optaram por realizar a entrevista presencialmente, foram tomados os devidos cuidados para a segurança dos envolvidos, como lavar as mãos principalmente antes do início da entrevista, manter o ambiente bem ventilado e o uso de máscara facial durante todo o tempo de contato.


Fig. 2: Idoso usando máscara facial

As entrevistas trouxeram construções dialógicas, privilegiando o relato de experiências individuais que adquiriram relevância coletiva, a partir de temas como: as mudanças das relações laborais, de saúde, lazer e de afetos, entre outros desafios no cotidiano desses sujeitos, além de potencializar o debate público ao promover processos de escuta em situações de vulnerabilidade social, uma vez que as questões de classe, gênero e raça atravessam suas vidas e evidenciam a desigualdade.

As narrativas desvelam o desafio de pensar a relação entre periferias, velhices e pandemia. Assim, como afirmam Rodeghero e Weimer no contexto da pandemia e do crescente negacionismo científico, narrar o presente pode significar agir sobre ele.[8]

Construção do acervo público 

Côrte, Barros, Lima, Hadler, Rovai e Kobelinski apontam que os centros de memória constituem lugares institucionais que consideramos significativos para se pensar formas de atuação e de produção de conhecimento no âmbito da história pública.[9] Assim, o acervo público das narrativas está sendo construído com o intuito de integrar e contribuir para o aprofundamento do debate público em torno do envelhecimento e pandemia no Brasil.

Trata-se de alocar o presente acervo no Centro de Memória Urbana (CMUrb), que inclui um Ateliê de História Oral. O Ateliê é uma das ações desenvolvidas pelo CMUrb responsável pela reunião, organização, preservação, disponibilização pública e difusão de conjuntos documentais dos mais variados gêneros e proveniências, constituindo acervos e problematizando suas múltiplas significações sociais, culturais, ideológicas, políticas.

No CMUrb a história pública tem sido pensada como processo ativo e inclusivo. O centro trabalha na produção e guarda de patrimônio documental, atuando com ênfase na pesquisa narrativa, e busca fomentar a produção de conhecimento crítico sobre transformações urbanas, a partir de casos locais, sendo assim, um espaço de reflexão e de interlocução qualificado, que contribui para o recebimento e arquivamento do acervo público em questão e o registro de narrativas orais de grupos diversos presentes na cidade.

Importante ressaltar que o CMUrb está localizado no Instituto das Cidades da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), na Zona Leste de São Paulo, espaço de pensamento convergente que tem a história, a memória e o patrimônio enunciados em seu projeto político-pedagógico como elementos cruciais para o estudo de questões sociais, urbanas e ambientais.[10]

Todo o material do acervo de entrevistas públicas presta-se à observação das estratégias narrativas desses idosos, que repensam suas trajetórias nesses tempos desafiadores e que também traz a reflexão sobre a dimensão de envelhecimento, ou seja, o quanto que a memória de velhos/as traz uma perspectiva muito forte para a história pública, pelo compromisso com a história democrática.
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Leitura adicional

  • Pimenta, Denise; Almeida, Juniele; Lima, Lívia. (orgs). (IM)permanências: história oral, mulheres e envelhecimento na pandemia. Volume 1 e 2. São Paulo, SP: Letra e Voz, 2021.
  • Santhiago, Ricardo; Barros, Joana. Vontades conflitantes de memória: história oral, demanda social e construção de acervos In: Marta Rovai e Ricardo Santhiago (orgs). História oral como experiência: Reflexões metodológicas a partir de práticas de pesquisa. Teresina: Cancioneiro, 2021, v.1, p. 215-232.
  • Lima, Lívia Morais Garcia. História oral, velhice e o tempo presente: o contexto do patrimônio cultural rural paulista. RIDPHE_R Revista Iberoamericana do Patrimônio Histórico-Educativo, Campinas, SP, v. 5, p. 1 – 19, 2019.

Recursos da web

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[1] IBGE. Pesquisa Nacional de Saúde Bucal: resultados principais. Brasília, Ministério da Saúde, 2012.
[2] Magalhães, A. As periferias na pandemia: explicitação da política de precarização e de exposição à morte. Tessituras. v 8 s1, jan-jun 2020, Pelotas.
[3] Pierobon, C.,O duplo fazer dos corpos: envelhecimento, adoecimento e cuidado na vida cotidiana de uma família. Cadernos Pagu. V 64 s1 jan-jun 2022, Campinas.
[4] Hammerschmidt, K; Santana, R. F., Saúde do idoso em tempos de pandemia Covid-19. Cogitare enferm. 25: e72849, 2020.
[5] Mendes, L. P; Oliveira,  F. H. F. Os vulneráveis em tempos de pandemia – uma análise a partir dos(as) trabalhadores(as) subalternos(as) e dos(as) idosos(as). Revista Pegada – vol. 21, n.2. maio – outubro, 2020.
[6] Henning, C. E., Nem no Mesmo Barco nem nos Mesmos Mares: gerontocídios, práticas necropolíticas de governo e discursos sobre velhices na pandemia da COVID-19. Cadernos De Campo (São Paulo – 1991). 2020. 29(1), 150-155.
[7] As  abordagens  e  os  instrumentos  metodológicos  utilizados  obedeceram  aos  procedimentos  éticos estabelecidos para a pesquisa científica em Ciências Humanas e o projeto investigativo foi aprovado pelo parecer no. 5.272.141.
[8] Rodeghero, C. S; Weimer, R. A., Pode a história oral ajudar a adiar o fim do mundo? Covid-19: tempo, testemunho e história. Revista Estudos Históricos. V. 34, n. 74, 2021.
[9] Corte, Andréa Telo da, Barros, Joana da Silva, Lima, Lívia Morais Garcia, Hadler, Maria Silvia Duarte, Rovai, Marta Gouveia de Oliveira, Kobelinski, Michel. Como fazer a história local se tornar pública, e para quem? In: Almeida, Juniele, and Rodrigues, Rogério Rosa, História Pública em Movimento. São Paulo: Letra e Voz, 2021. p. 89 – 102. Os autores aparecem na bibilografia com o objetivo de valorizar um capítulo de livro elaborado colaborativamente.
[10] Universidade Federal de São Paulo. Projeto político-pedagógico do Curso de Geografia – Bacharelado [Aprovado em 23/08/2016]. São Paulo: Universidade Federal de São Paulo, 2016.

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Créditos da imagem

Imagem em destaque: A pandemia deixou mais evidente e intensificou as desigualdades sociais e econômicas no Brasil, principalmente em relação aos idosos, © Pixabay.
Fig. 1: Preconceito e estereótipos sobre idosos se agravaram em meio à pandemia do novo coronavírus, © Pixabay.
Fig. 2: Idoso usando máscara facial, © Pixabay

Citação recomendada

Morais Garcia Lima, Lívia : Velhices e pandemia: acervo público da narrativa de si. in: Public History Weekly 10 (2022) 8, DOI: dx.doi.org/10.1515/phw-2022-20955.

Responsabilidade editorial

Michel Kobelinski / Juniele Rabêlo de Almeida

Making known the narratives of older adults in the Covid-19 pandemic draws attention to the need for actions that promote the amplification of voices in urban space. In partnership with public history, oral history potentializes the public debate by fostering listening processes in situations of social vulnerability, while reinforcing the commitment to a democratic history.

The Pandemic

As we know, the Brazilian population has been aging rapidly, and, according to Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), the number of older adults is set to triple by 2050, rising to 66.5 million.[1] The issues surrounding the construction of a public archive of interviews with older adults relate to the endeavor to reflect on their vulnerabilities through an investigation into the problems they experienced at various levels, exacerbated by the spread of the Covid-19 pandemic in Brazil. As well as the health crisis, the pandemic has affected diverse social, economic, and political areas. Social isolation and distancing measures, including decreeing quarantine and lockdowns in affected regions of the country, transformed interpersonal relations, limiting them to interactions between digital screens or glass windows.

Observing the advance of Covid-19 and the actions implemented to control the pandemic and its impacts, it becomes clear that, in the Brazilian case, its implications are not the same everywhere nor the same for everyone. Concern about the imminent virus spread in the country’s favelas and peripheries became an increasingly prominent theme in the national media. Despite the day-to-day endeavors of the inhabitants of these localities to improve their living conditions, whether through the famous collective work rallies (mutirões) or the pressure exerted on public authorities, much still needs to be done to improve the habitability, sanitation, and health conditions for these populations.[2]


Fig. 1: The pandemic highlighted and intensified Brazil’s social and economic inequalities, especially about the elderly.

After more than two years of the pandemic in the country, the health crisis and especially the humanitarian crisis have exposed the many levels of economic, social, and political inequity in which the elderly population is immersed. Pierobon points out that we know little about how low-income populations are aging, becoming sick, and receiving care as part of their everyday practices.[3]

The Covid-19 data indicates a higher level of mortality among people aged 80 or over, intensifying concerns about the elderly population.[4] The risk of dying from Covid-19 increases with age, with most deaths occurring among older people, especially those already living with chronic diseases. In response, governments worldwide, including in Brazil, adopted social isolation and distancing measures, suspending face-to-face work and leisure activities, generating suffering, emotional harm, and financial losses that directly affected all generational groups.[5]

As Henning alerts us, the Covid-19 pandemic has also generated and mobilized a profuse set of conflicting ideas, discourses, and practices concerning old age – this archive of oral narratives seeks to contribute to a deeper understanding of the experiences of older adults in urban social contexts, offering an intersectional analysis of the critical dimensions of our time, as well as valorizing the local and everyday trajectories and experiences of these senior age groups.[6]

Oral History: Potentializing the Public Debate

Combining oral history with public history enables us to analyze the work of memory – the narrative choices revealing how older adults attribute meaning to the present of the pandemic context as they develop their autobiographies, making temporal connections between the past, the present, and their expectations for the future. Oral histories collected during the pandemic comprise a potent form of knowledge that can situate relations and transformations within a temporal, dynamic, and contingent perspective, surpassing mechanical-biological explanatory models.

Between March and August 2022, I interviewed twenty-five older adults and women living in São Paulo’s East Zone, a region of extreme inequality and poverty. These interviews were recorded, transcribed, and authorised,[7] to understand not just how the virus affects their everyday life and family relationships but also the impacts of discourses on the pandemic and of the public actions taken. Interviewees included white and black men and women, members of African-based and Christian religions, aged between 60 and 85 years old.

The interviews were conducted following the interviewee’s stated preferences. In the case of those interviewees who opted to be interviewed in person, all necessary precautions were taken to ensure the safety of those involved, including washing hands before the start of the interview, keeping the room well-ventilated, and using a face mask throughout the period of contact.


Fig. 2: Elderly man using a face mask.

The interviews contained dialogical constructions that privileged the telling of individual experiences, which acquired collective significance through themes like changes in labor relations, health, leisure, and emotional ties, among other challenges faced in these people’s everyday lives. These interviews also add to the public debate on fostering listening processes in socially vulnerable situations, showing how issues of class, gender and, race pervades their lives and expose inequalities.

The narratives highlight the challenge of thinking about the relationship between urban peripheries, aging processes, and the pandemic. As Rodeghero and Weimer have argued, narrating the present can signify acting on it in the context of the pandemic and the rise in science denialism.[8]

Constructing the Public Archive

Côrte, Barros, Lima, Hadler, Rovai, and Kobelinski explore the idea of memory centers as institutional sites, showing how they can play a significant role in thinking about knowledge production and actions in the context of public history.[9] The public archive containing these oral narratives is being constructed to integrate and contribute to deepening the public debate on aging and the pandemic in Brazil.

The aim is to allocate the present archive to the Urban Memory Centre (CMUrb), which includes an Oral History Atelier. This Atelier is one of the actions being developed by CMUrb, responsible for the collection, organization, preservation, public availability, and dissemination of documents of all kinds of genres and sources, constituting archives and problematizing their multiple social, cultural, ideological, and political meanings.

At CMUrb, public history has been conceived as an active and inclusive process. The center works on the production and safeguarding of heritage documents, working with an emphasis on narrative research, and seeks to foment the production of critical knowledge on urban transformations based on local cases, making it a space of reflection and qualified interlocution, which contributes to gathering and archiving material for the public archive in question, and registers oral narratives of diverse groups present among the city’s population.

It is essential to highlight the fact that CMUrb is located at the Institute of the Cities of the Federal University of São Paulo (UNIFESP) in São Paulo’s East Zone, a space of convergent thinking that takes the history, memory, and heritage expressed in its political-pedagogical project as crucial elements for the study of social, urban and environmental issues.[10]

All the material from the archive of public interviews allows us to observe the narrative strategies these older adults employ as they rethink their trajectories in these challenging times while also reflecting on the aging process itself. In other words, it shows us how archiving the memory of the elderly can offer a compelling perspective on public history by enhancing its commitment to democratic history.

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Further Reading

  • Pimenta, Denise; Almeida, Juniele; Lima, Lívia. (orgs). (IM)permanências: história oral, mulheres e envelhecimento na pandemia. Volume 1 e 2. São Paulo, SP: Letra e Voz, 2021.
  • Santhiago, Ricardo; Barros, Joana. Vontades conflitantes de memória: história oral, demanda social e construção de acervos In: Marta Rovai e Ricardo Santhiago (orgs). História oral como experiência: Reflexões metodológicas a partir de práticas de pesquisa. Teresina: Cancioneiro, 2021, v.1, p. 215-232.
  • Lima, Lívia Morais Garcia. História oral, velhice e o tempo presente: o contexto do patrimônio cultural rural paulista. RIDPHE_R Revista Iberoamericana do Patrimônio Histórico-Educativo, Campinas, SP, v. 5, p. 1 – 19, 2019.

Web Resources

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[1] IBGE. Pesquisa Nacional de Saúde Bucal: resultados principais. Brasília, Ministério da Saúde, 2012.
[2] Magalhães, A, As periferias na pandemia: explicitação da política de precarização e de exposição à morte. Tessituras. v 8 s1, jan-jun 2020, Pelotas.
[3] Pierobon, C.,O duplo fazer dos corpos: envelhecimento, adoecimento e cuidado na vida cotidiana de uma família. Cadernos Pagu. V 64 s1 jan-jun 2022, Campinas.
[4] Hammerschmidt, K; Santana, R. F., Saúde do idoso em tempos de pandemia Covid-19. Cogitare enferm. 25: e72849, 2020
[5] Mendes, L. P; Oliveira,  F. H. F. Os vulneráveis em tempos de pandemia – uma análise a partir dos(as) trabalhadores(as) subalternos(as) e dos(as) idosos(as). Revista Pegada – vol. 21, n.2. maio – outubro, 2020.
[6] Henning, C. E., Nem no Mesmo Barco nem nos Mesmos Mares: gerontocídios, práticas necropolíticas de governo e discursos sobre velhices na pandemia da COVID-19. Cadernos De Campo (São Paulo – 1991). 2020. 29(1), 150-155.
[7] The methodological approaches and tools used followed the ethical procedures established for scientific research in the Human Sciences. The research project was approved by report n. 5.272.141.
[8] Rodeghero, C. S; Weimer, R. A., Pode a história oral ajudar a adiar o fim do mundo? Covid-19: tempo, testemunho e história. Revista Estudos Históricos. V. 34, n. 74, 2021.
[9] Corte, Andréa Telo da, Barros, Joana da Silva, Lima, Lívia Morais Garcia, Hadler, Maria Silvia Duarte, Rovai, Marta Gouveia de Oliveira, Kobelinski, Michel. Como fazer a história local se tornar pública, e para quem? In: Almeida, Juniele, and Rodrigues, Rogério Rosa, História Pública em Movimento. São Paulo: Letra e Voz, 2021. p. 89 – 102. Authors appear in the bibliography to give value to a collaboratively written book chapter.
[10] The Federal University of São Paulo. Political-pedagogical project for the Undergraduate Course in Geography [Approved 23/08/2016]. São Paulo: Federal University of São Paulo, 2016.

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Image Credits

Featured Image: The pandemic highlighted and intensified Brazil’s social and economic inequalities, especially about the elderly, © Pixabay.
Fig. 1: Stererotypes and prejudice against old people worsened during the Covid-19 pandemic, ©Pixabay.
Fig. 2: Elderly man using a face mask, ©Pixabay

Recommended Citation

Morais Garcia Lima, Lívia : Aging and the Pandemic: The Self in a Public Archive. in: Public History Weekly 10 (2022) 8, DOI: dx.doi.org/10.1515/phw-2022-20955.

Editorial Responsibility

Michel Kobelinski / Juniele Rabêlo de Almeida

Copyright © 2022 by De Gruyter Oldenbourg and the author, all rights reserved. This work may be copied and redistributed for non-commercial, educational purposes, if permission is granted by the author and usage right holders. For permission please contact the editor-in-chief (see here). All articles are reliably referenced via a DOI, which includes all comments that are considered an integral part of the publication.

The assessments in this article reflect only the perspective of the author. PHW considers itself as a pluralistic debate journal, contributions to discussions are very welcome. Please note our commentary guidelines (https://public-history-weekly.degruyter.com/contribute/).


Categories: 10 (2022) 8
DOI: dx.doi.org/10.1515/phw-2022-20955

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  1. Portuguese version below. To all readers we recommend the automatic DeepL-Translator for 27 languages. Just copy and paste.

    OPEN PEER REVIEW

    On Aging in Pandemic Times

    The situation imposed by the pandemic draws our attention to ensuring the health and quality of life of as many people as possible. Amidst the need for mobilization for public health, this article seeks to reflect on the construction of the collection of public interviews that is being assembled and composed of narratives by the elderly, by facing the problems that were aggravated at different levels due to the AIDS pandemic. Covid-19 in Brazil.

    The collection consists of the narrative of twenty-five elderly people living in the East Zone of São Paulo, a region of intense inequality and poverty, in order to understand not only how the virus, but the discourses about the pandemic and public actions affected their daily lives and family relationships. Among the interviewees are men and women, white and black, belonging to African and Christian religions, aged between 60 and 85 years old.

    All material from the public interviews collection will be allocated at the Urban Memory Center (CMUrb), located at the Instituto das Cidades of the Federal University of São Paulo (Unifesp), which works in the production and custody of documentary heritage, working with an emphasis on narrative research , and seeks to encourage the production of critical knowledge about urban transformations, based on local cases.

    After two more years of the pandemic in the country, says the article, the health and, above all, humanitarian crisis has highlighted the various layers of economic, social and political inequality in which the elderly population is immersed, intensifying social and economic inequalities in Brazil . Considered as the most vulnerable group in the face of the pandemic, the elderly are often the target of prejudice, feeling abandoned for being marginalized in a society that despises and devalues ​​the elderly.

    In this way, the text highlights the need for actions that promote the expansion of voices in the midst of the urban space, valuing the narratives of the elderly in the Covid-19 pandemic and enhancing public debate by promoting listening processes in situations of social vulnerability and commitment to democratic history

    __________

    Sobre o envelhecer em tempos de pandemia

    A situação imposta pela pandemia nos chama a atenção para a garantia da saúde e qualidade de vida do maior número de pessoas possível. Em meio a necessidade de mobilização pela saúde pública, o presente artigo busca refletir sobre a construção do acervo de entrevistas públicas que está sendo montado e composto por narrativas de idosos, por meio do enfrentamento dos problemas que foram agravados em diversos níveis devido à pandemia da Covid-19 no Brasil.

    O acervo é composto pela narrativa de vinte e cinco idosos/as residentes na Zona Leste de São Paulo, região de intensa desigualdade e pobreza, com a finalidade de compreender não só como o vírus, mas os discursos sobre a pandemia e as ações públicas afetaram o seu cotidiano e as relações familiares. Entre os entrevistados/as estão homens e mulheres, brancos/as e negros/as, pertencentes a religiões de matriz africana e religião cristã, que possuem entre 60 e 85 anos de idade.

    Todo o material do acervo de entrevistas públicas será alocado no Centro de Memória Urbana (CMUrb), localizado no Instituto das Cidades da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), que trabalha na produção e guarda de patrimônio documental, atuando com ênfase na pesquisa narrativa, e busca fomentar a produção de conhecimento crítico sobre transformações urbanas, a partir de casos locais.

    Depois de mais dois anos de pandemia no país, diz o artigo, a crise sanitária e, principalmente, humanitária tem evidenciado as diversas camadas de iniquidade econômica, social e política na qual a população idosa está imersa, intensificando as desigualdades sociais e econômicas no Brasil. Considerado como o grupo mais vulnerável diante da pandemia, muitas vezes o idoso é alvo de preconceitos, sentindo-se abandonado por ser posto à margem em uma sociedade que despreza e desvaloriza os mais velhos.

    Dessa forma, o texto evidencia a necessidade de ações que promovam a ampliação de vozes em meio ao espaço urbano, valorizando as narrativas dos/as idosos/as na pandemia da Covid-19 e potencializando o debate público ao promover processos de escuta em situações de vulnerabilidade social e o compromisso com a história democrática.

     

     

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