“Silence of Innocents”: Portuguese De-colonization

“Silêncio dos inocentes”: Descolonização Portuguesa

Abstract: Public History articulates in different ways with individual and collective identity and memory. Portuguese (de)colonization is a painful and controversial past. Between omissions and silences, there is a public debate that counter-poses a single narrative/myth and perspectival narratives. This debate is reflected in Disciplinary History. An analytical synthesis of this public debate (historians, journalists, activists) and the ideas that emerged from interviews with history teachers is presented.
DOI: dx.doi.org/10.1515/phw-2022-19458
Languages: English, Portuguese


Em Portugal tem-se debatido o restauro ou a demolição de marcas dos “Descobrimentos” e do colonialismo.. Após o “silêncio dos inocentes” no passado, várias vozes se levantam: umas pautam-se por uma agenda de conflito nacionalista assente no mito e outras por um diálogo histórico “com olhos no futuro”. Restaurar ou demolir monumentos como o Padrão dos Descobrimentos e os brasões do Jardim da Praça do Império? Silenciar ou debater a Guerra Colonial, a Descolonização e o movimento dos Retornados?

Memória Coletiva em debate público

A natureza coletiva da História é em parte memória. A memória pode ser entendida como recordação a posteriori que pode iluminar o passado e proceder à “fixação” do que, como e porque aconteceu. O passado é em parte presente, pois quando o questionamos, fazemo-lo a partir das necessidades e interesses da memória histórica coletiva do presente. O passado torna-se vivo no presente com diversos significados.[1]

O debate em Portugal acerca do passado colonial e da sua mitificação pela ditadura salazarista surgiu por duas situações:

  1. um deputado socialista em artigo de opinião, defende que o Padrão dos Descobrimentos situado em Belém-Lisboa, mandado construir por Salazar (1940-1960), para homenagear os agentes históricos envolvidos nas “Descobertas”, deveria ser demolido, pois é uma marca do passado colonial e da ditadura, mantendo-os vivos;[2]
  2. a Câmara Municipal de Lisboa decidiu que no restauro do jardim da Praça do Império em Belém, os brasões florais de 1961 que representavam os 18 distritos portugueses, incluindo os ultramarinos (colónias), seriam retirados e não repostos.[3]

Estas duas situações, em linha com movimentos internacionais, quebram o silêncio na sociedade portuguesa acerca da história de Portugal. Debates acalorados em que se esgrimem ideias controversas e aqueles que pensam diferente chegam a ser chamados de criminosos, traidores e bandidos.

Duas faces da mesma moeda – História Pública

Na quebra deste “silêncio dos inocentes”, uma colunista, Helena Matos afirma que este debate acerca do restauro ou da demolição de monumentos é uma “grande tolice”, considerando que “a sociedade talvez esteja a precisar mais de psiquiatria do que outra coisa qualquer.” Acrescenta que o jardim não se foi degradando por acaso e questiona “Qual é que é o critério de demolição? Vamos também demolir o hospital Santa Maria por ser de arquitetura salazarista?”.[4]

O ativista antirracismo, Mamadou Ba defende que não se pretende alterar as marcas em si do colonialismo, mas sim alterar na sociedade portuguesa como nos queremos projetar no futuro. Afirma “Choca-me muito esta esquizofrenia (…) em que há quem não se queira responsabilizar pelas vilanias do passado, mas que esteja muito disposto a enaltecer os crimes ou os protagonistas desse passado”. Considera que a identidade “não é uma coisa estática, mas dinâmica, e que há pessoas que resultaram desse processo histórico que vivem entre nós e que se sentem agredidas por esta reificação permanente da história”. Assume que é uma responsabilidade coletiva, apostar no futuro e fazer com que o passado não se repita e que “as crianças que nascem hoje em Portugal se sintam refletidas no imaginário coletivo, na narrativa coletiva.”[5]

Duas faces da mesma moeda – História Disciplinar

Francisco Bettencourt, historiador no King’s College of London, considera que o colonialismo é algo sempre violento, e que seria importante que Portugal não esteja a revisitar nostalgicamente esse passado, seguindo agendas políticas da extrema direita. Defende que não se trata de reescrever a história e que a memória está relacionada com as perceções das pessoas. Ao restaurar o jardim da Praça do Império estar-se-ia a restaurar uma nostalgia de um passado colonial. Portugal deveria “olhar para o futuro e ter uma atitude de ligação com os países independentes e não estar a restaurar brasões que os diminuem, que os humilham.”[6]

Em sintonia, António Araújo, jurista e historiador, considera que é fulcral ultrapassar a mitologia colonialista, bem como uma mitologia masoquista com que se quer marcar o presente e o futuro. É necessário pensar o passado de forma distanciada, aceitando a pluralidade de interpretações e evitando dinâmica de confronto.[7]

O historiador Rui Tavares, considera que nunca é fácil lidar com a memória histórica, mas que este debate pode ser desafiante, entusiasmante e uma prova de maturidade coletiva.[8] Cada sociedade deve olhar para o seu passado holísticamente, atendendo às glórias assim como às injustiças e crueldades. Argumenta que a memória histórica não está a ser debatida nos media, uma vez que o seu foco é o entretimento, caricaturas acerca da história e de posições contrárias. Em vez deste debate mediático, seria mais importante debater a posição de um deputado de extrema de direita e ex-candidato à Presidência da República, que divulgou o nome e a escola de um professor de história porque não lhe agradaram as afirmações do professor numa aula, embora as afirmações fossem factuais e não interpretativas. Esta divulgação de identidade foi amplamente difundida nas redes sociais colocando em causa a segurança física do professor – um cenário semelhante que resultou na morte trágica de um professor em França.

Este historiador, considera que muitas das polémicas que surgem de forma inflamada se devem a, talvez, um conhecimento pouco aprofundado da realidade histórica. Relembra que ele próprio já tinha sido questionado por um deputado e eurodeputado por terem sido partilhadas afirmações suas numa aula televisiva/online, em que afirmava que a “Exposição do mundo português” que continha o Padrão dos Descobrimentos, era “propaganda do salazarismo” – uma descrição factual porque a iniciativa foi realizada pelo secretariado de Propaganda Nacional do regime salazarista. Este historiador realça, com preocupação, que ainda há escolas que estão proibidas de usar certos materiais históricos e investigações históricas acerca destes passados controversos e dolorosos. Existe “silêncio” e não se assiste a qualquer indignação ou solidariedade pela sociedade civil nem pelos media acerca destas proibições. Mas os media rapidamente publicam “estórias” acerca de um jardim que, em projeto da altura não era para ser assim, e apenas o foi como resposta ao início da Guerra Colonial Portuguesa.

2022: Odisseia nas Escolas

E nas escolas como é que estes temas controversos são abordados? Realizou-se um estudo exploratório com professores de História portugueses com uma média de idade de 48,8 anos e uma média de tempo de serviço de 20,3 anos. Foram entrevistados acerca da melhor forma de abordar a descolonização.[9] Solicitou-se que os professores escolhessem entre duas opções de abordagem e que justificassem a sua opção, bem como esclarecessem que recursos, fontes e tarefas utilizariam na sua aula. As duas opções propostas para “desenvolver o tópico”:

  1. de forma abrangente, mas tendo em mente que o retorno dos Portugueses de Ultramar após o 25 de Abril foi o processo menos conseguido desta revolução que defendia a democracia e a liberdade; ou
  2. sem abordar se foi, ou não, um processo menos conseguido desta revolução, pois não queria correr o risco de os alunos se fixarem neste aspeto e construírem uma visão deturpada do 25 de Abril.

As respostas dos participantes variaram, mas as suas justificações foram similares – focadas no desejo da imparcialidade. Assim, os professores que escolheram a opção a. justificaram a sua escolha por

“Apesar de considerar que o processo não foi bem conseguido, mas também não foi obrigatoriamente o menos conseguido… carece de mais investigação (…) parece-me que é o que permite uma abordagem mais imparcial”.

Os professores que escolheram a opção b., explicaram a sua escolha da seguinte forma:

 “Quando leciono temáticas que possam implicar abordagens controversas, há que explorar (…) não emitindo juízos de valor…”

“Como docente, tento transmitir os dados históricos numa perspetiva imparcial”.

Os professores parecem partilhar o desejo de evitarem trazer aspetos do passado, para a sua aula, que podem gerar controvérsia devido às identidades construídas.

Foram propostas duas formas de trabalhar este tópico na aula. A maioria colocou o foco no estudante, na utilização de fontes diversas em termos de suporte e mensagem, numa lógica de debate multiperspetivado dos agentes e interpretação da realidade histórica, de modo a contribuir para uma identidade mais alargada, mas sem o professor emitir juízos de valor- parece emergir a ideia que todas as perspetivas têm validade semelhante. Outros professores colocam o foco no professor e no uso de recursos/fontes diversas, mas sem referirem, explicitamente, atenderem à diversidade de identidade e contextos das famílias dos estudantes.

Na análise dos dados emergiu uma terceira opção. Uma professora considerou que deveria haver uma opção c. Afirmou que começaria por escutar as ideias dos estudantes:

“uma vez que os alunos têm nos seus contextos familiares histórias sobre “retornados” e /ou elementos que defenderam ou estiveram relacionados com a luta pela independência da colónia, posteriormente pediria para analisar fontes variadas (escritas, iconográficas e documentários) que retratassem as várias perspetivas do processo (…). Num momento final poderia ainda haver espaço para uma reflexão, por exemplo, sobre a diferença entre “memória” e a “História” (…).”

Do “silêncio dos inocentes” ao “Regresso ao Futuro”

Parece ser crucial debater o passado colonial de forma matura, dinâmica, abrangente e aprofundada, criando uma narrativa histórica multiperspetivada numa abordagem humanista e intercultural. É urgente aprendermos a valorizar o que nos une enquanto humanidade, reconhecendo o passado sem “autos de fé”, omissões, esquecimentos ou branqueamentos.

É necessário repensar a experiência da cultura histórica e as carências a que atende, considerando o “nosso” contexto, mas focalizando-nos no diálogo, numa lógica de equidade e de dignidade dos seres humanos do passado, do presente e do “futuro”. É necessário empreender estes diálogos intersubjetivos acerca das culturas históricas, sem se cair em debates de conflito e agendas de exacerbamento das diferenças e de nacionalismos.

É urgente, também, promover a formação de uma consciência que atende à pluralidade de inúmeras perspetivas que dialogam criticamente e se reconhecem reciprocamente, através uma competência narrativa que dá sentido às realidades – passado, presente e futuro – da história e da cultura histórica de cada pessoa. Uma história que se mova de Humanidade exclusiva a uma Humanidade inclusiva.

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Bibliografía

  • Gago, Marília. “Pensamento histórico de crianças, jovens e professores: um olhar interperspetivado acerca da explicação-narrativa histórica.” In Vinte Anos das Jornadas Internacionais de Educação Histórica, edited by Luis Alberto Alves, Marília Gago, and Mariana de Jesus Serrano Lagarto, 181-199. Porto: Citem – Centro de Investigação Transdisciplinar Cultura, 2021. https://doi.org/10.21747/9789898970336/vin (acedido pela última vez a 14 de Março de 2022).
  • Sole, Glória, and Gago, Marília. “The history teacher education process in Portugal: A mixed method study about Professionalism development.” Humanities and Social Sciences Comunication 8, no. 51 (2021). https://doi.org/10.1057/s41599-021-00726-9 (acedido pela última vez a 14 de Março de 2022).
  • Bettencourt, Francisco, and Pearce, Adrian, eds. Racism and Ethnic Relations in the Portuguese-Speaking World. Oxford: British Academy, 2012. British Academy  Scholarship Online, 2013. 5871/bacad/9780197265246.001.0001 (acedido pela última vez a 14 de Março de 2022).

Vínculos externos

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[1] Marília Gago, “Interview – Jörn Rüsen Some ideas on the intersection of metahistory and history didactics,” Revista História Hoje  5, no. 9 (2016): 171-181. https://doi.org/10.20949/rhhj.v5i9.283.
[2] Ascenso Simões, “O salazarismo não morre,” Jornal Público, 19 de Fevereiro de 2021, https://www.publico.pt/2021/02/19/opiniao/noticia/salazarismo-nao-morreu-1951297 (acedido pela última vez a 14 de Março de 2022).
[3] Paula Sá, “‘Deixem-me arranjar a Praça e depois logo se vê’, diz Sá Fernandes,” Jornal Diário de Notícias, 16 de Fevereiro de 2021, https://www.dn.pt/local/deixem-me-arranjar-a-praca-e-depois-logo-se-ve-diz-sa-fernandes-13355121.html (acedido pela última vez a 14 de Março de 2022).
[4] Helena Matos, “Como Lidar Com a Nossa Herança Histórica,” Debate é ou não é – RTP, 39:22, 2 de Março de 2021, https://www.rtp.pt/play/p8396/e528111/e-ou-nao-e-o-grande-debate (acedido pela última vez a 14 de Março de 2022).
[5] Mamadou Ba, “Como Lidar Com a Nossa Herança Histórica,” Debate é ou não é – RTP, 39:22, 2 March 2021, https://www.rtp.pt/play/p8396/e528111/e-ou-nao-e-o-grande-debate (acedido pela última vez a 14 de Março de 2022).
[6] Francisco Bettencourt, “Como Lidar Com a Nossa Herança Histórica,” Debate é ou não é – RTP, 39:22, 2 March 2021, https://www.rtp.pt/play/p8396/e528111/e-ou-nao-e-o-grande-debat e (acedido pela última vez a 14 de Março de 2022).
[7] António Araújo, “Como Lidar Com a Nossa Herança Histórica,” Debate é ou não é – RTP, 39:22, 2 March 2021, https:/www.rtp.pt/play/p8396/e528111/e-ou-nao-e-o-grande-debate (acedido pela última vez a 14 de Março de 2022).
[8] Rui Tavares, “Como Lidar Com a Nossa Herança Histórica,” Debate é ou não é – RTP, 39:22, 2 de Março de 2021, https://www.rtp.pt/play/p8396/e528111/e-ou-nao-e-o-grande-debate (acedido pela última vez a 14 de Março de 2022); Margarida Davim, “Direita sai em defesa de Rui Tavares,” Revista Sábado, 5 de Maio 2020, https://www.sabado.pt/portugal/detalhe/direita-sai-em-defesa-de-rui-tavares (acedido pela última vez a 14 de Março de 2022).
[9] Estudo exploratório para compreender como é que professores e futuros professores de História portugueses pensam acerca de como desenvolver o tema da descolonização e o movimento dos “Retornados” que regressaram a Portugal após o 25 de abril de 1974, que terminou com a ditadura do Estado Novo (1933-1974). Participaram catorze professores, 35,7% do género masculino e 64,3% do género feminino cuja formação académica foi realizada em 6 diferentes universidades portuguesas. Mais detalhes do desenho do estudo foram partilhados por Marília Gago, e Olga Magalhães, “‘no XVIII Congresso internacional jornadas de educação histórica – conciencia histórica y controversia: la labor social de la historia’. homenaje a la profesora Dolinha Schmidt.” Múrcia, 6-8 de septiembre 2018. Mais dados do estudo serão publicados brevemente.

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Créditos de imagen

Padrão dos Descobrimentos © 2007 Plenumchamber CC BY-3.0 via Commons.

Citar como

Gago, Marília: “Silêncio dos inocentes”: Descolonização Portuguesa. In: Public History Weekly 10 (2022) 2, DOI: dx.doi.org/10.1515/phw-2022-19458

Responsabilidade editorial

Caitriona Ní Cassaithe / Arthur Chapman

In Portugal, the restoration or demolition of the landmarks of the ‘Discoveries’ and colonialism has been debated. After the “silence of the innocent” in the past, various voices are being raised today: some are guided by an agenda of nationalist conflict based on myth, and others by historical dialogue “with an eye to the future”. Should monuments such as Padrão dos Descobrimentos and the coats of arms in the Praça do Império garden be restored or demolished? Should silence be maintained on colonial war, decolonization and the Returnees movement or should these pasts be debated?

Collective Memory in Public Debate

The collective nature of history is partly memory. Memory can be understood as an a posteriori recollection that can illuminate the past and proceed to ‘fix’ what happened, how and why it happened. The past is partly present because when we question it, we do so from the needs and interests of the historical memory of the present. The past becomes alive in the present with diverse meanings.[1]

The current debate in Portugal about the colonial past and its mythification by the Salazar dictatorship arose from two situations:

  1. A socialist MP argued in an opinion article that the Padrão dos Descobrimentos, located in Belém-Lisbon and ordered to be built by Salazar (1940-1960) to honour the historical agents involved in the ‘Discoveries’, should be demolished, as it is a landmark of the colonial past and the dictatorship, keeping them alive;[2] and
  2. Lisbon City Council decided that in the restoration of the Praça do Império garden in Belém, the 1961 floral coats of arms representing the 18 Portuguese districts, including overseas (colonies) districts, would be removed and not restored.[3]

These two developments, in line with international movements, broke the silence in Portuguese society about Portuguese imperial history. This has now become subject to heated debates, in which controversial ideas are contested and those who think differently are sometimes denounced as criminals, traitors and bandits.

Two Sides of the Same Coin – Public History

Breaking this “silence of the innocent”, the media columnist Helena Matos stated that this debate about the restoration or demolition of monuments was “great nonsense”, suggesting that “society is perhaps more in need of psychiatry than anything else”. Noting that the garden was not degraded by chance, she asked, “What are the demolition criteria? Are we also going to demolish the Santa Maria hospital because it has Salazar architecture?”[4]

The anti-racism activist Mamadou Ba argues that the point is not to change the landmarks of colonialism, but to change Portuguese society and how we project ourselves into the future. He says, “I am very shocked by this schizophrenia (…) in which there are those who do not want to take responsibility for the villainies of the past, but who are very willing to praise the crimes or the protagonists of that past.” He considers that identity “is not a static thing, but a dynamic one. And that there are people who resulted from this historical process who live among us and who feel assaulted by this permanent glorification of history.” He argues that there is a collective responsibility not to gamble with the future but to ensure that the past does not repeat itself and that “the children born today in Portugal feel reflected in the collective imaginary, in the collective narrative.”[5]

Two Sides of the Same Coin – Disciplinary History

Francisco Bettencourt, historian at King’s College, London, argues that colonialism is always violent, and that it is important that Portugal does not nostalgically revisit that past, following agendas from the extreme right. He argues that it is not a matter of rewriting history and that memory is related to people’s perceptions. Restoring the Praça do Império garden would be restoring a nostalgic desire for a colonial past. Portugal should, rather, “look to the future and have an attitude of connection with the independent countries and not be restoring coats of arms that diminish them, that humiliate them.”[6]

Similarly, António Araújo, a jurist and historian, argues that it is crucial to overcome colonialist mythology that can come to dominate the present and the future masochistically, and that it is necessary to think about the past in a detached way, accepting a plurality of interpretations and avoiding a confrontational dynamic.[7]

Historian Rui Tavares considers that it is never easy to deal with historical memory, but that this debate can be challenging and exciting and proof of collective maturity.[8] Each society should look at its past holistically, acknowledging its glorious parts as well as great injustices and cruelties. Tavares argues that historical memory is not discussed in media debates, which focus on entertainment, caricatures about history and opposing positions. A more mature media, he argues, would challenge the position of a member of parliament from the extreme right and former candidate for the Presidency of the Republic, who disclosed the name and school of a history teacher because he did not like the teacher’s statements in a class, although the statements were factual and not interpretative. This disclosure of identity was widely disseminated on social networks endangering the physical safety of the teacher – a scenario reminiscent of the tragic death of a teacher in France.

Tavares argues that many polemical controversies are, perhaps, the result of poor historical knowledge. As was the case, he argues, when he was challenged by a member of parliament and of the European Parliament about statements he had made in an online class, in which he stated that the “Portuguese World Exhibition”, containing the Padrão dos Descobrimentos, was “Salazarist propaganda” – a description that simply stated a matter of fact, because the initiative was carried out by the Salazar regime’s secretariat of National Propaganda. It is a matter of concern, Tavares argues, that schools are prohibited from using historical materials and historical research about controversial and painful pasts, and that there is “silence” and no indignation or solidarity from civil society or the media about these prohibitions. And yet the media are quick to publish stories about a garden that was not designed architecturally to be what it became, but that was only a response to the start of the Portuguese Colonial War.

2022: A School’s Odyssey 

How are these controversial themes dealt with in schools? An exploratory study was carried out with Portuguese history teachers with an average age of 48.8 years and an average length of service of 20.3 years. They were interviewed about the best way to approach decolonization.[9] Teachers were asked to choose between two approaches and asked to justify their choice, as well as to clarify which resources, sources and tasks they would use in their lessons. They were offered two ways to ‘develop the topic’, either:

  1. in a comprehensive way, but keeping in mind that the return of the Portuguese overseas colonies after the 25th of April was the least successful aspect of this revolution which advocated democracy and freedom; or
  2. without addressing whether or not it was a less successful process in this revolution, as I do not want to run the risk of students becoming fixated on this aspect and building a distorted view of 25th April.

The participants’ answers varied but their justifications were similar, focused on the desire to be impartial. Teachers who chose option a. justified their choice in ways such as the following:

“Although I think that the process was not successful, it was not necessarily the least successful… it needs more research (…) This seems to me the choice that allows for a more impartial approach.”

The teachers who chose option b. explained their choices in ways such as the following:

“When I teach subjects that may imply controversial approaches, one has to explore (…) not issue value judgements…”

“As a teacher, I try to transmit historical data from an impartial perspective.”

Teachers seem to share a desire to avoid bringing aspects of the past into the classroom that might trigger controversy based on constructed identities.

Two main ways of working with the topic in the classroom were proposed. Most focused on the student, on the use of a diverse range of sources to support learning using a multiperspectival logic to explore the positions of agents in the past and on interpretation of historical realities so as to support a more diverse identity, but without the teacher issuing value judgements. The underlying assumption seemed to be that all perspectives had similar validity. On the other hand, some focused on use of a range of resources and sources but without explicitly referring to the diversity of the message, without looking for witness accounts and without paying explicit attention to the identities and family backgrounds of the students.

A third option emerged from the analysis of the data. One teacher thought there should be an option c. She stated that she would start by listening to the students’ ideas:

“since the students have, in their family contexts, stories about ‘returnees’ and/or elements which defended, or were related to, the struggle for the independence of the colony, I would ask them to analyze various sources (written, iconographic and documentaries), which portray the various perspectives of the process (…). In a final moment there could still be space for a reflection, for example, on the difference between ‘memory’ and ‘History’…”

From “Silence of Innocents” to “Back to the Future”

It seems crucial to debate the colonial past in mature, dynamic and comprehensive ways, creating a multiperspectival historical narrative, using humanist and intercultural approaches. It is urgent that we learn to value what unites us as humanity, recognizing the past without “acts of faith”, omissions, forgetfulness or whitewashing.

It is necessary to rethink the experience of historical culture and the needs it serves, considering “our” context, but focusing on dialogue, and attending to equity and the dignity of human beings from the past, the present and the “future.” And it is necessary to achieve these inter-subjective dialogues about historical cultures, without falling into polemical debates and agendas that aggravate differences and nationalisms.

It is urgent, also, to promote a form of consciousness which enters into the plurality of the innumerable perspectives which critically dialogue and reciprocally recognize each other, through narrative competence that gives meaning to realities – past, present and future – to history and to the historical culture of each person. A history that moves from an exclusive Humanity to an inclusive Humanity.

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Further Reading

  • Gago, Marília. “Pensamento histórico de crianças, jovens e professores: um olhar interperspetivado acerca da explicação-narrativa histórica.” In Vinte Anos das Jornadas Internacionais de Educação Histórica, edited by Luis Alberto Alves, Marília Gago, and Mariana de Jesus Serrano Lagarto, 181-199. Porto: Citem – Centro de Investigação Transdisciplinar Cultura, 2021. https://doi.org/10.21747/9789898970336/vin.
  • Sole, Glória, and Gago, Marília. “The history teacher education process in Portugal: A mixed method study about Professionalism development.” Humanities and Social Sciences Comunication 8, no. 51 (2021). https://doi.org/10.1057/s41599-021-00726-9.
  • Bettencourt, Francisco, and  Pearce, Adrian, eds. Racism and Ethnic Relations in the Portuguese-Speaking World. Oxford: British Academy, 2012. British Academy  Scholarship Online, 2013. 10.5871/bacad/9780197265246.001.0001.

Web Resources

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 [1] Marília Gago, “Interview – Jörn Rüsen Some ideas on the intersection of metahistory and history didactics,” Revista História Hoje 5, no. 9 (2016): 171-181. https://doi.org/10.20949/rhhj.v5i9.283.
[2] Ascenso Simões, “O salazarismo não morre,” Jornal Público, 19 February 2021, https://www.publico.pt/2021/02/19/opiniao/noticia/salazarismo-nao-morreu-1951297 (last accessed 14 March 2022).
[3] Paula Sá, “‘Deixem-me arranjar a Praça e depois logo se vê’, diz Sá Fernandes,” Jornal Diário de Notícias, 16 February 2021, https://www.dn.pt/local/deixem-me-arranjar-a-praca-e-depois-logo-se-ve-diz-sa-fernandes-13355121.html (last accessed 14 March 2022).
[4] Helena Matos, “Como Lidar Com a Nossa Herança Histórica,” Debate é ou não é – RTP, 39:22, 2 March 2021, https://www.rtp.pt/play/p8396/e528111/e-ou-nao-e-o-grande-debate (last accessed 14 March 2022).
[5] Mamadou Ba, “Como Lidar Com a Nossa Herança Histórica,” Debate é ou não é – RTP, 39:22, 2 March 2021, https://www.rtp.pt/play/p8396/e528111/e-ou-nao-e-o-grande-debate (last accessed 14 March 2022).
[6] Francisco Bettencourt, “Como Lidar Com a Nossa Herança Histórica,” Debate é ou não é – RTP, 39:22, 2 March 2021, https://www.rtp.pt/play/p8396/e528111/e-ou-nao-e-o-grande-debate (last accessed 14 March 2022).
[7] António Araújo, “Como Lidar Com a Nossa Herança Histórica,” Debate é ou não é – RTP, 39:22, 2 March 2021, https://www.rtp.pt/play/p8396/e528111/e-ou-nao-e-o-grande-debate (last accessed 14 March 2022).
[8] Rui Tavares, “Como Lidar Com a Nossa Herança Histórica,” Debate é ou não é – RTP, 39:22, 2 March 2021, https://www.rtp.pt/play/p8396/e528111/e-ou-nao-e-o-grande-debate (last accessed 14 March 2022); Margarida Davim, “Direita sai em defesa de Rui Tavares,” Revista Sábado, 5 May 2020, https://www.sabado.pt/portugal/detalhe/direita-sai-em-defesa-de-rui-tavares (last accessed 14 March 2022).
[9] This exploratory study is concerned with how Portuguese History teachers think about developing in the classroom the topic of decolonization and the return of the Portuguese who lived in the colonies and returned after the Revolution of April 25, 1974, which ended the dictatorship of the Estado Novo (1933-1974). Fourteen teachers participated, 35.7% male and 64.3% female, whose academic training was carried out in 6 different institutions of higher education. Details of the study design were shared by Marília Gago and Olga Magalhães, “‘no XVIII Congresso internacional jornadas de educação histórica – conciencia histórica y controversia: la labor social de la historia’. homenaje a la profesora Dolinha Schmidt.” Múrcia, 6-8 September 2018. Data from the study will be published soon.

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Image Credits

Padrão dos Descobrimentos © 2007 Plenumchamber CC BY-3.0 via Commons.

Recommended Citation

Gago, Marília: “Silence of Innocents”: Portuguese (De)colonization. In: Public History Weekly 10 (2022) 2, DOI: dx.doi.org/10.1515/phw-2022-19458

Editorial Responsibility

Caitriona Ní Cassaithe / Arthur Chapman

Copyright © 2021 by De Gruyter Oldenbourg and the author, all rights reserved. This work may be copied and redistributed for non-commercial, educational purposes, if permission is granted by the author and usage right holders. For permission please contact the editor-in-chief (see here). All articles are reliably referenced via a DOI, which includes all comments that are considered an integral part of the publication.

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    OPEN PEER REVIEW

    Collective Memory and Representation of the Past

    A key element that differentiates the past and history is that the latter is a construction, a narration, or a discipline that is always undergoing changes or even critically scrutinizing itself. In addition, history is never isolated or exclusively connected to the past, and inevitably goes hand in hand with the present and our current values. As the author or the article mentions, “the past becomes alive in the present”, and it is precisely because priorities and preferences change over time that people understand the need to reinterpret established narratives and to challenge the different ways events in the past are commemorated in public spaces, as well as how conceptions are ingrained in public discourse.

    This connects with two different elements that will be considered here. First of all, there is the question of what is remembered, and secondly, how these events or historical figures are portrayed, as well as the way ideals and values are materialised in lieux de mémoire or sites of memory, following the expression coined by Pierre Nora a few decades ago.[1]

    On the one hand, from the point of view of history education, it is clear that European nations do not always clearly integrate the history of their colonies or even the decolonization process in their curriculum, and these events are not always made visible in public discourses, are not usually commemorated, and sometimes seem to be concealed. The author mentions the case of former Portuguese overseas colonies, and how Portuguese educators are in some occasions unsure of how to approach a topic that is still seen as controversial, even in the 21st century. Something similar can be detected in Spain, where the decolonization of several former Spanish colonies is not even a secondary or tertiary focus on the Spanish curriculum, even if some of the territories, including the former Spanish Guinea or the Western Sahara gained independence or were decolonized in the 1960s and 1970s. In many of these cases, these events seem to have apparently disappeared from the collective memory, or at least from most textbooks and public and political discourses.

    On the other hand, there is the issue of representation, and, again, that is one of the main sources of controversy in many nations when dealing with the legacy of societies in the past. The examples that are provided in the Portuguese-speaking world are also mirrored in Spain and America, where the consequences of colonization, but also the effects of the 19th-century independence processes, are critically analysed. In nations such as Chile, Mexico, or even the United States of America, monuments, including statues, have been vandalised or taken down, showing a vocal discontent, or at least a critical conception of historical consciousness, following the typology established by Jörn Rüsen.[2]

    Of course, this debate is not only related to colonization. For example, the debate over collective memory and representation of the past in public spaces has been a controversial topic in Spain for at least the last two decades. Some of the remaining monuments that could be interpreted to be part of the former glorification of Franco’s regime were removed over time, and the remains of Franco were exhumed from the Valle de los Caídos (Valley of the Fallen) in 2019, in order to re-contextualise the memorial, still linked to the Spanish Civil War (1936-1939) and the dictatorship that was established in Spain until the 1970s. Just like with the examples provided and focused on Portuguese history teachers, Spanish educators are usually also hesitant to address in the classroom controversial topics such as the Spanish transition to democracy [3], even if empirical studies show that such topics spark interest among students and can help educators debate over topics such as memory, representation, and contextualization [4].

    How can educators address the debate over these topics? As indicated by the author of the article, fostering multiperspectivity is one of the key answers. Being able to understand how history is constructed over time, how the past can be interpreted in multiple ways, and how sites of memory convey messages, values and ideals, is the first step in order to contextualise and for students to become aware of their own historicity, developing their historical consciousness. Establishing an inclusive and rational dialogue is a first step, and promoting historical literacy is just as necessary in order to avoid a regression to nationalistic or essentialist points of view.

    References:

    [1] Nora, P. (1989). Between Memory and History: Les Lieux de Mémoire. Representations, 26, 7–24. https://doi.org/10.2307/2928520

    [2] Rüsen, J. (2004). Historical Consciousness: Narrative, Structure, Moral Function and Ontogenetic Development. In P. Seixas (Ed.), Theorizing Historical Consciousness (pp. 63-85). University of Toronto Press.

    [3] Martínez-Rodríguez, R. (2014). Profesores entre la historia y la memoria. Un estudio sobre la enseñanza de la transición dictadura-democracia en España. Enseñanza de las ciencias sociales: revista de investigación, 13, 41-48.

    [4] Miguel-Revilla, D., & Sánchez-Agustí, M. (2018). Modelos de conciencia histórica en el alumnado de Educación Secundaria: tradición, simbología y contextualización en torno a los restos del franquismo. Panta Rei. Revista digital de Historia y Didáctica de la Historia, 12, 119–142. https://doi.org/10.6018/pantarei/2018/6

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    La memoria colectiva y la representación del pasado

    Un elemento clave que diferencia al pasado y a la Historia es que esta última es una construcción, una narración o una disciplina que continuamente está en cambio o que incluso es escudriñada críticamente por ella misma. Además, la Historia nunca se encuentra aislada o conectada exclusivamente con el pasado, e inevitablemente camina junto al presente y nuestros valores actuales. Como señala el autor del artículo, “el pasado se vuelve algo vivo en el presente”, y es precisamente porque las prioridades y preferencias cambian a lo largo del tiempo por lo que la gente comprende la necesidad de reinterpretar narrativas establecidas y de desafiar las diferentes maneras en las que los eventos del pasado son conmemorados en los espacios públicos, así como la forma en la que las concepciones están arraigadas en el discurso público.

    Esto conecta con dos elementos diferentes que serán consideradas aquí. En primer lugar, está la cuestión de qué es lo que se recuerda, y en segundo lugar, de cómo estos eventos o personajes históricos se representan, así como la manera en la que los ideales y valores se materializan en los lieux de mémoire o lugares de memoria, utilizando la expresión acuñada por Pierre Nora hace unas décadas [1].

    Por un lado, desde el punto de vista de la educación histórica, está claro que las naciones europeas no siempre integran claramente la Historia de sus colonias, o incluso del proceso descolonizador, en su currículo, y estos eventos no siempre son visibilizados en los discursos públicos, no son habitualmente conmemorados y algunas veces parecen estar ocultos. El autor menciona el caso de las antiguas colonias portuguesas de ultramar, y cómo los educadores portugueses se muestran, en algunas ocasiones, poco seguro sobre cómo abordar un tópico que todavía se ve como controvertido, incluso en el siglo XXI. Algo similar se detecta en España, donde la descolonización de varias antiguas colonias españolas no es ni siquiera un tema de segunda o tercera importancia en el currículo nacional, a pesar incluso de que algunos de los territorios, incluyendo la antigua Guinea española o el Sáhara Occidental consiguieron su independencia o fueron descolonizados en los años 60 y 70. En muchas de estos casos, estos acontecimientos parecen haber desaparecido, aparentemente, de la memoria colectiva, o al menos de la mayoría de los manuales escolares y discursos públicos y políticos.

    Por otro lado, está el asunto de la representación, y, de nuevo, este es uno de las principales fuentes de controversia en muchas naciones a la hora de abordar el legado de las sociedades en el pasado. Los ejemplos presentados en el contexto del mundo de habla portuguesa también se reflejan en España y en América, donde las consecuencias de la colonización, pero también los efectos de los procesos de independencia, son analizados desde un punto de vista crítico. En naciones como Chile, México, o incluso los Estados Unidos de América, monumentos, incluidas estatuas, han sido vandalizadas o derruidas, mostrando un descontento vocal, o al menos una concepción crítica de la conciencia histórica, siguiendo la tipología establecida por Jörn Rüsen [2].

    Por supuesto, este debate no sólo se relaciona con la colonización. Por ejemplo, el debate sobre la memoria colectiva y la representación del pasado en espacios públicos ha sido un tema controvertido en España durante al menos las últimas dos décadas. Algunos de los monumentos restantes que podían ser interpretados como parte de la pasada glorificación del régimen franquista fueron eliminados a lo largo del tiempo, y los restos de Franco fueron exhumados del Valle de los Caídos en 2019, con el objetivo de recontextualizar el memorial, todavía ligado a la Guerra Civil Española (1936-1939) y a la dictadura que fue establecida en España hasta los años 70. Al igual que con los ejemplos proporcionados y centrados en los profesores portugueses de Historia, los docentes españoles suelen también mostrarse vacilantes a la hora de abordar en el aula temas controvertidos como la transición española a la democracia [3], incluso a pesar de que estudios empíricos muestran que estos temas despiertan interés entre los estudiantes y pueden ayudar a los educadores a debatir sobre tópicos como la memoria, la representación y la contextualización [4].

    ¿Cómo pueden los educadores abordar el debate sobre estos temas? Como se ha indicado por el autor del artículo, fomentar la multiperspectiva es una de las respuestas clave. Ser capaces de comprender la manera en la que la Historia se construye a lo largo del tiempo, cómo el pasado puede ser interpretado en diversidad de formas, o cómo los sitios de memoria transmiten mensajes, valores e ideales, es el primer paso a la hora de contextualizar y permitir que los estudiantes sean conscientes de su propia historicidad, desarrollando su conciencia histórica. Establecer un diálogo inclusivo y racional es un primer paso, y promover la literacidad histórica es igual de necesario con el fin de evitar una regresión a visiones nacionalistas o esencialistas.

    Referencias:

    [1] Nora, P. (1989). Between Memory and History: Les Lieux de Mémoire. Representations, 26, 7–24. https://doi.org/10.2307/2928520

    [2] Rüsen, J. (2004). Historical Consciousness: Narrative, Structure, Moral Function and Ontogenetic Development. En P. Seixas (Ed.), Theorizing Historical Consciousness (pp. 63-85). University of Toronto Press.

    [3] Martínez-Rodríguez, R. (2014). Profesores entre la historia y la memoria. Un estudio sobre la enseñanza de la transición dictadura-democracia en España. Enseñanza de las ciencias sociales: revista de investigación, 13, 41-48.

    [4] Miguel-Revilla, D., & Sánchez-Agustí, M. (2018). Modelos de conciencia histórica en el alumnado de Educación Secundaria: tradición, simbología y contextualización en torno a los restos del franquismo. Panta Rei. Revista digital de Historia y Didáctica de la Historia, 12, 119–142. https://doi.org/10.6018/pantarei/2018/6

     

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